sexta-feira, 11 de abril de 2008

Tu, Querida

Teu coração batia, perto do meu.
E eu abraçava-te, sem querer.
Sem querer...
Queria tomar-te pelos dedos e fugir.
E levar-te.
Levar-te comigo, fugir, e deixar.
E amar.
E queria que me amasses, querida.
Queria que fugisses, esquecesses, amasses.
Amasses...
Oh, querida, mas que tu fizeste?
Choraste, apenas choraste.
E disseste, querida: - Não posso!
E por quê?
Faltava amor?
Odiei-te por aquilo, querida...
Mas amei-te por cima, abracei-te.
E tu choraste.
Mais e mais.
Não virias?
Nunca?
E eu?
Que maldito encanto tu lançaste, querida?
E aqueles teus olhos!
Azuis. De mar.
Azuis. De matar.
Querida.
Aqueles cabelos.
Longos e brilhantes.
De ouro.
Querida.
E aquelas mãos.
Delicadas e macias.
Que eu tanto gostava de sentir.
Querida.
E aqueles lábios.
Que eu tanto amava beijar.
Querida.
E aquele corpo, que tu te tornaste.
E construíste.
Pois tu fizeste tudo o que fora.
E, querida, eu te amei.
Eu te amei com tudo aquilo que foste.
Aquela fraqueza horrenda.
Que me corroía.
Querida, podias vir.
Devias vir!
Para me verdes chorar.
Para poderes me amar.
Para me levar para onde ninguém visse.
Querida...
Guias meus passos...
Querida, voltarás?
Voltarás, agora que fugiste?
Fugiste de mim?
Eu apenas te amo.
E quero fazer-te bem...
Querida.
Irás me amar?
Irás voltar?
Traga-me à vida, querida.
Faz-me desabar.




Ah, sim, desaba-me.
Como sempre ainda sonho - teus braços, tuas pernas.
Todo o teu corpo me tocava, e eu...
Ah, como eu amava.
E ainda escuto teus suspiros e teus urros e teus gritos.
Gritos, sussurros.
Sempre tão deliciosos.
Querida, querida.
Mas que falta fazes.
Que falta faz teu corpo junto ao meu. Unidos, para sempre.
O nosso sempre, sempre tão sincero.
Agora me parece sempre tão fingido.
Todas aquelas promessas, sempre tão fáceis de serem arrancadas de teus lábios de mel.
Deliciosos.
Mas, ah!, senhorita, teus prantos permanecerão comigo.
"Não posso"? Mal sabias poder tudo neste mundo.
Mas ficarás aqui, minha flor.
Para sempre.

7 comentários:

Gabriela. disse...

Parabéns Camila!
Claro que lembro de você.
Vou te favoritar, posso???

Vou te ler agora.

Gabriela. disse...

O nosso sempre, sempre tão sincero.
Agora me parece sempre tão fingido.


Isso é GENIAL, menina!

Francieli Hess disse...

Nossa! Fora algo deveras intenso, confesso que senti-me sem ar.

Bárbara Lemos disse...

A mim também o ar faltou. Quanta delicadeza nas palavras, quanta ilusão nos sentimentos.

Gostei bastante daqui.

Beijo meu.

Bárbara Lemos disse...

Respondendo a ti: Não, não são só os lábios que sangram. É o corpo inteiro e a alma junto.

Bárbara Lemos disse...

As lembranças podem ser tão deliciosas, não? Risos.

La Maya disse...

Destaque para as mesmas frases que a Gabriela colou ali. Adorei!

Uma das passagens me lembrou de "As Rosas Não Falam":

"devias vir
para ver os meus olhos tristonhos
e quem sabe sonhavas meus sonhos
por fim"

Apesar de orgulhosa, de não querer que me vejam chorando, acho bonita a imagem que se formou agora diante de mim, lendo o texto de vocês...

Beijos!