sexta-feira, 30 de maio de 2008

Primeiras Noites, Sem Lua

Chorando, chorando, a criança se acabava. Criança infeliz, as lágrimas ocupando seu tempo e seus olhos diariamente, sem cessar; sempre embaçados, olhinhos cor-de-mel vigilantes e esperançosos. Seu rosto de boneca ainda marcado, vermelho, molhado.
Tudo o que ouvia eram zumbidos e gritos tão intensos que a ensurdeciam, amedrontada. Tão forte, e tão frágil. Tão linda.
- Mas que fazes aí, minha pequena? Estas mãos frias não são tuas, estes lábios tristes não deviam estar aí. Não chore, estrelinha. Poupe teus pensamentos destas tristezas humanas.
Pobrezinha, parecia jurar ter escutado sussurros doces, e aquele conforto, aquele abraço quente.
Olhava ao redor, e, é claro, era só naquela negra imensidão.

3 comentários:

disse...

Olá, moça. Obrigada pela visita gentil. Eu tardo a retribuir o agrado, mas não falho.

A propósito, que post fofo...

Bjs, moça.

Bárbara Lemos disse...

Essa solidão que nos atormenta tanto... esses dias têm me feito tão mal. Sei não, viu?

Beijos, moça.

Bárbara Lemos disse...

Ah, moça.. as tais cartas foram enviadas e reescritas e editadas antes de postá-las no blog. O que pasosu é passado, não é mesmo? Só gosto do certo valor literário que elas têm.


Ps: O Do Amor, Laico Impropério voltou... tem duas postagens novas. Absorva-as bem. ;)