quarta-feira, 29 de outubro de 2008

De ódio (em Memória)

Que grande puta sou eu. Que monte de merda. Eis em mim a imagem da destruição, do assassínio, da paranóia. Eis diante de vós o clímax da decadente podreza humana. A Morte anunciada - ei-la aqui em sua pior forma, sentindo nojo de si própria. Saudem-na, saudem a que está enferma pelo ódio, saudem a qye sebta-se n'um trono que mais parece uma privada. Saudem-na, façam vênia à ela, ofereçam-na vosso sangue em troca de uma última olhada. Não toquem-na, só, que por sua pele escorre veneno, que tudo que dela se aproxima é deteriorado. Fotografem-na, pois. Exibam-na aos vossos com cada seu defeito, com cada ângulo a enfasear suas faces distorcidas. Atenção aos cortes, às raspas, que confirmam dela o desequilíbrio, o abismo entre si e o que por perto poderia restar da razão. Sintam seus odores, inspirem-na, seu amargo a se fundir ao resto, a contaminar-vos a atmosfera, seu cansaço fazendo-a ziguezaguear como bêbada que é. Sintam-na, apenas, e matem-na, e morram.

2 comentários:

Érika Amaral disse...

De amor (em Memória)
Eu a amo, odeiem-na, pois.

Anônimo disse...

Uau!

clap clap